sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Morador de Rua Cuida de 10 Cães...

Este texto e estas fotos recebi por email de um amigo que se comoveu com a humílde vida de um morador de rua que mesmo diante dos problemas da vida, ainda dedica-se a cuidar de 10 cães.



Rogério é um morador de rua que vive numa carroça coberta com 10 cães, entre eles, alguns encontrados em condições extremas - espancados pelos antigos donos, jogados pela janela de um caminhão, doentes, abandonados e esfomeados, largados ao léu, amarrados em postes etc.

Vive de doações de ração, remédio e comida. Os cães são muito bem tratados, mas dependem do amor e do carinho que o Rogério tem por eles, e da caridade daqueles que o conhecem e admiram.



Ele fica próximo a pontos de ônibus na avenida Georges Corbusier, após a rua Jequitibás (região do Jabaquara, em São Paulo), os cães não atrapalham ninguém, são super-educados e simpáticos (todos castrado(a)s) e passam boa parte do dia dentro da carroça.

Ele é muito querido pelos comerciantes da região, mas o problema é durante a madrugada, quando bêbados no volante, e garotos usuários de droga na região, tem sido uma constante ameaça. Rogério já foi espancado por jovens drogados e chegaram a jogar álcool nele enquanto dormia com os cães dentro da carroça, por sorte não tiveram tempo de acender o fósforo, pois um dos cães latiu e o avisou do perigo.



Ele é um exemplo de como uma pessoa pode se doar. Alguém na condição dele, poderia ter escolhido outros caminhos, mas Rogério demonstrou coragem e decidiu perseverar. Além de ser uma pessoa de muito valor, faz caridade prá deixar muito bacana por aí no chinelo. Sua presença ilumina os lugares por onde passa, mas ele já está cansado e também não é mais tão jovem assim.

São muitas as agressões que ele e os cachorros vêm sofrendo, e que vão desde assalto e espancamento, até atentados contra a vida como esfaqueamento e atropelamento. Enfim, é muito sofrimento para alguém que luta tanto. Na região todos o conhecem e apreciam, tanto que na última vez que uma turma veio bater nele porque queriam roubar suas coisas, o dono de um bar próximo saiu para enfrentar os safados e começou a dar tiros, colocando todos em fuga. Assim, mesmo, o Rogério passou dois dias no hospital por conta dos machucados recebidos, e se não fosse pela intervenção do dono do bar, os cachorros já seriam órfãos.



Assim, é diante de tudo isso peço que ajudem a divulgar esta história para que o Rogério possa conseguir uma oportunidade que lhe propicie melhores condições de moradia e de vida, em qualquer cidade, para que ele possa cuidar não somente dos seus, mas de outros tantos cães abandonados por esse Brasil, e que precisam de muitos cuidados e de carinho. Já lhe ofereceram abrigo, mas desde que os cães ficassem para trás, e o Rogério recusou, pois para ele, estes cães são como filhos; são sua familia.



Outro dia ele estava levando todos os cães para um pet shop para tomar banho - eram 11 cachorrinhos felizes – eram originalmente 10, mas agora apareceu mais um, um fox paulistinha que eu não conheci porque no momento que conversamos estava no banho. Ele disse que havia passado remédio contra pulgas nos cachorros, e que o tal remédio é meio melado, e então teve que dar banho em toda a tropa. Perguntei quanto ele iria gastar para dar banho em toda aquela tropa de cachorros, e ele, sorrindo como sempre, disse que a moça do pet shop o ajudava e não cobrava nada. Santa alma! Aí eu perguntei a ele – e você? Onde toma banho? E ele me respondeu que tomava banho no posto de gasolina da esquina, banho frio, gelado mesmo. Disse que como era nordestino, estava acostumado.

As vezes faltam palavras que possam definir a grandeza de uma alma como esta, que mesmo não tendo quase nada para si, dá o pouco que tem para minorar o sofrimento desses pobres animais de rua. Muito mais importante dos que as aparências, a riqueza, e o poder ostentado pelas pessoas, são suas atitudes e seus valores éticos e espirituais.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Convulsões e Epilepsia em Cães e Gatos

Escrito por Dr. Rafael Claro Marques

Os nossos amigos também podem sofrer de epilepsias e convulsões.


Consideramos epilepsia como o quadro clínico caracterizado pela repetição freqüente dos episódios de convulsão. Já a convulsão é o quadro clínico gerado por descargas elétricas descontroladas e transitórias nos neurônios. Isto pode levar a alterações da consciência, percepção sensorial, funções viscerais, atividade motora e memória. As convulsões podem ter diversas causas.

Elas estão fortemente ligadas à idade do animal. Em animais jovens, com até 1 ano, associa-se a mal-formações, intoxicações por neurotoxinas (por exemplo, venenos para ratos e algumas plantas), trauma, distúrbios metabólicos, processos infecciosos e, mais dificilmente, epilepsia juvenil. Entre os animais de 1 a 5 anos, pensamos em traumas, intoxicações, seqüelas secundárias a problemas infecciosos, neoplasias e, a causa mais comum, a epilepsia idiopática.

Nos velhinhos, já podemos investigar uma neoplasia intracraniana, um processo inflamatório ou infeccioso e distúrbios metabólicos. Dentre todas estas, a mais observada na clínica veterinária é a epilepsia idiopática. Esta acomete cerca de 1% de toda a população canina. Manifesta-se, geralmente, entre os 2 e 5 anos de idade. Normalmente, não se identifica uma causa, e o animal permanece completamente normal entre um episódio convulsivo e outro. Alguns estudos sugerem como uma causa genética neuronal.

Os cães de raças puras, geralmente, são os mais acometidos; já os felinos, raramente apresentam epilepsia idiopática. Independentemente da sua origem, as convulsões podem ter graus variados. Podem ser leves, com o cão apenas salivando (babando) com movimentos desordenados de cabeça, até um ataque com sinais mais evidentes; o animal chega a cair no chão (geralmente de lado), saliva excessivamente, movimenta as pernas como se estivesse pedalando ou tentando se levantar.

O ataque pode levar de segundos a cerca de 2, até 3 minutos. Nos casos mais graves, os animais podem vir a apresentar o status epileticus, aonde o animal convulsiona sem parar por mais de 5 minutos, ou apresenta convulsões seguidas em que o animal não retorna ao normal após 30 minutos, necessitando de um atendimento emergencial. O tratamento prolongado, obviamente, só deve ser realizado nos pacientes com convulsões freqüentes em um determinado espaço de tempo.

Animais com outras causas de convulsão devem ter a doença desencadeante tratada primeiramente, para depois observar se a convulsão persiste. Quanto antes for iniciado o tratamento nos casos de epilepsia idiopática, melhor o resultado. Cães tratados precocemente apresentam um controle mais efetivo quando comparado com cães que tiveram muitas convulsões antes do início do tratamento.

O proprietário de um cão epilético não deve se assustar ao primeiro sinal de convulsão. É importante manter a calma, até para não assustar ainda mais o animal. Não faça barulhos, retire objetos aonde ele possa vir a se machucar com os movimentos descontrolados e cuide para ele não bater a cabeça. Contate o seu veterinário e anote as datas, os horários e a duração do ataque, isto pode fazer a diferença em um futuro tratamento prolongado. Importante também lembrar que animais com epilepsia idiopática devem ser castrados, principalmente as fêmeas que podem diminuir o intervalo entre as convulsões durante o cio.

Publicado no Jornal Guarulhos Hoje, em 07/11/2009.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Conhecendo Tudo Sobre as Raças de Cães Mundiais / 13º Post: Border Collie


O border collie é uma raça relativamente jovem, desenvolvida durante o século XIX. Este “collie da fronteira” (border significa fronteira em inglês) desenvolveu-se na região de fronteira entre a Inglaterra e a Escócia, no norte da Grã-Bretanha. Embora a criação da raça date do século XIX, seus ancestrais já estavam presentes na região desde a Idade Média, onde trabalhavam junto com os criadores de ovelhas demonstrando incrível capacidade no trabalho. A capacidade de trabalho dos border collies sempre foi tão importante em sua terra natal que os criadores selecionavam os reprodudores por seu desempenho no pastoreio e não por sua aparência, até hoje, clubes especializados e adimiradores da raça se esforçam para preservar as habilidades de pastor do border collie. Em 1876, Mr. R. J. Lloyd Price fez uma demonstração nos jardins do Palácio de Londres, na qual um border collie, guiado apenas por comandos de voz e assovios do pastor, conduziu ovelhas desgarradas para um pequeno curral previamente preparado.


A demonstração deixou toda a corte londrina impressionada com a inteligência deste cão. O border collie é um pastor por natureza, caso não tenha ovelhas nem gado para pastorear irá direcionar seus instintos de pastor para outros animais e até para as crianças da casa. Quando trabalha com o rebanho o border collie possui um método único de lidar com os animais, ele fixa o olhar no rebanho e se aproxima agachado, como um lobo ou cão de caça, sem nunca desviar o olhar do animal que parece “hipnotizado” pelo cão, os criadores chamam esta característica do border collie de “power eye” que significa “olhos poderosos”.

Border collies são cães ativos e dinâmicos, muito trabalhadores e donos de uma grande inteligência e capacidade de aprendizado (1ª colocação no ranking de inteligência canina de Stanley Coren ). Estes cães são carinhosos com seus donos e reservados com estranhos. Além disto estes cães são ágeis e possuem um excelente olfato, sendo uma das melhores raças de cães pastores para lidar com ovelhas do mundo. A raça também tem se destacado em competições, tanto de pastoreio, quanto de agility, fly ball e frisbee, sendo que as competições de pastoreio possuem uma categoria exclusiva para border collies. Por seu temperamento carinhoso e brincalhão o border collie foi classificado como uma das melhores raças para famílias (3ª colocação no ranking A&E de cães para família).



Um border collie nunca deve ser mantido sem atividade, devem ser adestrados, praticar agility ou lidar com rebanhos, caso não possa gastar sua grande energia se tornará um cão problemático, o mesmo ocorre com sua grande inteligência, se não for estimulado pode ficar entediado e desenvolver problemas de comportamento. É um bom cão de companhia para os donos que saibam como criá-lo. A raça apresenta duas variedades uma de pêlo semi longo, outra de pêlo curto, sendo que a de pêlo semi longo é a mais conhecida devido a participação em filmes como “Babe o porquinho” e campanhas publicitárias como a do “Unibanco”, em ambas as variedades o pêlo deve ser escovado regularmente. A raça é considerada saudável e resistente, mas pode estar sujeita a alguns problemas genéticos como a atrofia progressiva da retina e a “CEA” ou Collie Eye Anomalie (Anomalia do olho do collie) que pode atingir cães das raças do tipo collie e causar cegueira, contudo estes problemas podem ser evitados com a escolha consciente do filhote e dos pais da ninhada.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Salve o dia Universal dos Animais : 04 de Outubro.



São Francisco, nascido na cidade de Assis, Itália, apaixonado pela Natureza, falava com bichos, flores e bosques. Dizia tudo ser seu irmão: “Meu irmão sol, minha irmã borboleta”. Tudo estava interligado: ”Entre eu, as coisas e os seres não deve haver distância ou distinções substanciais”. Confidenciava aos amigos: “Entendo a vida dos pássaros, dos peixes, das plantas e de tudo, enfim”. Miss Margareth Ford, famosa protecionista dos bichos, conseguiu que São Francisco de Assis fosse reconhecido pelo Movimento Internacional Protetor dos Animais, como o Santo Padroeiro dos Animais e ai instituiu como o Dia Universal dos Animais, 4 de outubro, aniversário do seu falecimento, tendo em vista desconhecer a data do seu nascimento.

Contudo, ainda hoje, visualizamos um mundo grotesco, onde criaturas sencientes e que nenhum crime cometeram são torturadas, escravizadas, mutiladas e mortas em nome de uma pretensa superioridade do homem que nos remete a insanidade de Hitler e ao holocausto da Segunda Grande Guerra. Todos os dias nos deparamos com a insensibilidade humana em relação aos animais quando vemos nas mesas a carne de seres inocentes ser devorada sem a mínima piedade; quando em nome de uma ciência equivocada, animais são submetidos a toda ordem de sofrimento em mesas frias dos laboratórios; cavalos, burros e jumentos explorados até a exaustão e quando velhos e doentes, descartados, jogados fora como um objeto imprestável; cães e gatos vivendo nas ruas abandonados, comidos de sarna e dor, rabinho entre as pernas, à espera do próximo pontapé; aves prisioneiras; garrotes e bezerros amarrados pelos testículos, atiçados nos rodeios e vaquejadas; animais de circo torturados para aprender números incompatíveis com sua natureza; animais silvestres condenados a prisão perpétua em zoológicos; nos parques aquáticos e nas rinhas, animais sofrendo para deleite do ser humano. Neste dia consagrado aos animais, a mensagem que queremos deixar é que o animal não é algo inanimado, ele tem consciência de sua vida e esta inclui uma série de necessidades biológicas, individuais e sociais e a satisfação dessas necessidades é uma fonte de prazer, assim como a frustração e o abuso, uma fonte de sofrimento.