Texto publicado no Site http://www.g1.com.br
Ele tirava os cães das ruas e os abrigava, na Zona Oeste do Rio.
Ele acusa parentes, que são vizinhos dele, pelo incêndio; família nega.
Apaixonado por cachorros desde jovem, Rosalino de Souza Ribeiro vive nas ruas do Rio há mais de três meses, depois que a casa, onde morava com cerca de 10 cães, pegou fogo.
Acostumados com Rosalino, os moradores da rua onde ele morava e de outros lugares por onde ele passa tentam ajudá-lo como podem. "As pessoas me chamam e dão dinheiro e comida para cuidar dos cachorros", conta ele, que recebe ainda ajuda de uma veterinária para medicar os bichos.
Vizinha de Rosalino, Marília adotou quatro cachorros, entre eles uma cadelinha que havia sido atropelada e estava grávida, depois que eles perderam a casa. “Ele é um homem de bem, da igreja. Não tenho o que falar dele. A gente faz o que pode para ajudar”, conta ela.
Outra ajuda veio da protetora de animais Cristina Torres, que o viu com os cães na rua e conseguiu uma vaga para os cachorros num abrigo temporário em Magé, na Baixada Fluminense. “Assim que ele arrumar um cantinho para ficar, vamos buscar esses cachorrinhos de volta”, garante ela.
Feliz por eles, Rosalino segue abalado com a separação. Seu maior objetivo agora é tirar a segunda via dos documentos para conseguir um emprego e, em seguida, dar um novo lar aos cães. "Os cachorros são a minha vida. Tudo o que tenho, o que ganho, divido com eles."
Briga de Vizinhos
Acolhedor de cachorros há mais de 10 anos, Rosalino já chegou a ter 40 animais no imóvel. Ele acusa os vizinhos, que são seus familiares, de estarem por trás do incêndio para se livrar dos animais. "Eles reclamavam da sujeira, mas eu chegava e limpava. Chegou um momento que passei a trancar os cachorros dentro de casa. Eles me xingavam e até me agrediam”, diz Rosalino.
Procurados pelo G1, os irmãos, que moram no mesmo terreno da casa incendiada, negam as acusações. De acordo com os parentes, era Rosalino quem os agredia e os ameaçava, o que resultou em três registros na delegacia do bairro. Rosalino nega as acusações. De acordo com a Polícia Civil, todos os três registros de ocorrência já foram finalizados: um foi concluído sem incriminar Rosalino e os outros dois, arquivados.
Para os irmãos, é possível que o próprio Rosalino tenha causado o incêndio, em uma das vezes que chegou alterado em casa. “Nós é que tínhamos que limpar a sujeira dos bichos. De madrugada era um barulho insuportável. Alguns bichos ficavam doentes e morriam por ali mesmo”, reclama José Renato, um dos irmãos.
Há vizinhos, no entanto, que afirmam ainda que os irmãos chegaram a impedir que Rosalino fosse ajudado a construir um canto só para os animais no terreno.
“A Vigilância Sanitária foi lá checar uma denúncia de que eu maltratava os animais, que estariam doentes, passavam fome e atacavam os outros. Eles ficaram surpresos ao ver os bichos bem. Depois da visita ainda se comprometeram a me ajudar, levando comida e também alguns animais para um abrigo”, lembra Rosalino.
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